Eu tenho uma pasta no meu PC que chamo de LISTA NEGRA. Nessa pasta estão os textos que eu mesma escrevo e muitos deles não passam de grandes bobeiras sem fundamento, como eu adoro isso (rs), vou começar a dividir alguns deles com vocês... não se assustem se esses textos soarem mais como páginas de diário... vamos lá:
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Introspecção
Vou contar algo para vocês, um pouco do que vai na minha cabeça, algo que me ocorreu esses dias, que foi quase como um momento de epifania. Eu olhava pela janela com o olhar vago, eu só pensava sobre a minha vida e achava que nada nunca iria mudar. Sentia-me sozinha e incapaz. Tudo parecia depender de mim, mas eu não acreditava nisso. O mundo não foi feito pra mim. Eu estou nele sem saber o porquê. Às vezes eu penso que o “não-existir” sempre teria sido a melhor opção. Sim, pois se eu nunca houvesse existido antes, nunca sentiria falta de existir e ficaria tudo como estava. O mundo sem mim e eu sem saber do mundo, ou melhor, não haveria EU. Tudo bem, é um pensamento um tanto triste, concordo.
Mas aí, ainda olhando através da janela, tentei procurar alguma coisa, trazer à memória qualquer coisa que me fizesse lembrar o valor de viver. Então pensei “Há tantas coisas lindas na vida pra se ver, como por exemplo, o... o... err ... o pôr-do-sol!!!” Isso, esse pôr-do-sol tão bonito através dessa janela! Deixe me contar essa história:
Era umas cinco horas da tarde e eu estava no meio da aula de psicologia na faculdade, a aula só terminaria às seis. Eu até gostava daquela professora, mas naquele dia eu estava sem paciência nenhuma. Não via a hora da aula terminar, estava contando os minutos. Enquanto a mulher não parava de falar alguma coisa sobre políticas cognitivas e blá blá blá, algo que eu nem tomava conhecimento, eu olhava pela janela da sala que tinha uma visão ampla do campus. 5:15h e o Sol começava a baixar fazendo o horizonte se tornar alaranjado escuro misturado com rosa e azul, a luz fazia contorno entre as folhas das árvores. Então pensei: não vou perder isso. Levantei da minha cadeira, imaginando que não faria muita falta ao círculo de discussão da aula (afinal eu só fazia sorrir em resposta ao sorriso da professora quando ela olhava pra mim, eu nem sabia do que estavam falando, mas ela não precisava saber disso), saí da sala e atravessei os corredores com pressa, o Sol estava descendo rapidamente, eu não podia perder a melhor parte. Era uma tarde gelada e uma brisa fria batia no meu corpo, pensei no meu casaco que estava na sala, mas o sol não esperaria. Dane-se, o vento frio na minha pele fazia eu me sentir viva, eu sentia o ar e a luz e o cheiro da grama, senti a vida. Por sorte a universidade tinha uma vista privilegiada, fui até a parte mais alta do campus, uma espécie de planalto, parei de súbito. Talvez quem estivesse me observando pensasse que eu tinha lembrado de alguma coisa que havia esquecido, mas não, e vi no horizonte o Sol igualzinho a uma gema de ovo se escondendo atrás de uma montanha. Ao seu redor as nuvens se misturam em borrões dourados e róseos, nas bordas um azul escuro começava a tomar lugar do alaranjado e eu olhava fixamente, os olhos nem doíam tanto, e que doessem! Eu pagaria o preço. Como o sol andava rápido! Foi descendo e descendo, morrendo na minha frente, a coisa mais linda que eu já vi! Até sumir de vez e deixar pra trás só um rastro de luz dourado no meio de um azul escuro que aos poucos se transformaria em preto. Magicamente as luzes da universidade foram se acendendo uma a uma, como um tributo ao pai que acabara de morrer, procuravam reproduzir o encanto, mas artificialmente conseguiam suprir a sua ausência.
É...vale a pena...
Mas aí, ainda olhando através da janela, tentei procurar alguma coisa, trazer à memória qualquer coisa que me fizesse lembrar o valor de viver. Então pensei “Há tantas coisas lindas na vida pra se ver, como por exemplo, o... o... err ... o pôr-do-sol!!!” Isso, esse pôr-do-sol tão bonito através dessa janela! Deixe me contar essa história:
Era umas cinco horas da tarde e eu estava no meio da aula de psicologia na faculdade, a aula só terminaria às seis. Eu até gostava daquela professora, mas naquele dia eu estava sem paciência nenhuma. Não via a hora da aula terminar, estava contando os minutos. Enquanto a mulher não parava de falar alguma coisa sobre políticas cognitivas e blá blá blá, algo que eu nem tomava conhecimento, eu olhava pela janela da sala que tinha uma visão ampla do campus. 5:15h e o Sol começava a baixar fazendo o horizonte se tornar alaranjado escuro misturado com rosa e azul, a luz fazia contorno entre as folhas das árvores. Então pensei: não vou perder isso. Levantei da minha cadeira, imaginando que não faria muita falta ao círculo de discussão da aula (afinal eu só fazia sorrir em resposta ao sorriso da professora quando ela olhava pra mim, eu nem sabia do que estavam falando, mas ela não precisava saber disso), saí da sala e atravessei os corredores com pressa, o Sol estava descendo rapidamente, eu não podia perder a melhor parte. Era uma tarde gelada e uma brisa fria batia no meu corpo, pensei no meu casaco que estava na sala, mas o sol não esperaria. Dane-se, o vento frio na minha pele fazia eu me sentir viva, eu sentia o ar e a luz e o cheiro da grama, senti a vida. Por sorte a universidade tinha uma vista privilegiada, fui até a parte mais alta do campus, uma espécie de planalto, parei de súbito. Talvez quem estivesse me observando pensasse que eu tinha lembrado de alguma coisa que havia esquecido, mas não, e vi no horizonte o Sol igualzinho a uma gema de ovo se escondendo atrás de uma montanha. Ao seu redor as nuvens se misturam em borrões dourados e róseos, nas bordas um azul escuro começava a tomar lugar do alaranjado e eu olhava fixamente, os olhos nem doíam tanto, e que doessem! Eu pagaria o preço. Como o sol andava rápido! Foi descendo e descendo, morrendo na minha frente, a coisa mais linda que eu já vi! Até sumir de vez e deixar pra trás só um rastro de luz dourado no meio de um azul escuro que aos poucos se transformaria em preto. Magicamente as luzes da universidade foram se acendendo uma a uma, como um tributo ao pai que acabara de morrer, procuravam reproduzir o encanto, mas artificialmente conseguiam suprir a sua ausência.
É...vale a pena...